O DH flexível de Roseno,Freixo e do PSOL ou desde quando tem DH pra Black Bloc?

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Desde 2014 o PSOL se notabilizou por uma tática de isolamento junto com o Estado de ativistas desalinhados com a política partidária.
 
Enquanto o Estado atuava de forma absolutamente ilegal e autoritária no isolamento do que eles identificavam como “Black Bloc” o PSOL não via ali violação de DH.
 
Vinte e três pessoas foram encarceradas e processadas e sofrem até hoje perseguição do Estado e da mídia e NEM UMA PALAVRA DO PSOL, a não ser pra insuflar mais e mais perseguição, como na entrevista de Marcelo Freixo em que sobra a frase “O PSOL precisa isolar os Black Bloc”.
 
Pra tentar não cometer a mesma injustiça é interessante reconhecer que isoladamente,mais isolados que os Black Bloc, membros aqui e ali do PSOL atuam denunciando a perseguição, mas nunca, jamais, nevermore, o partido agiu na mesma toada, e NENHUMA CORRENTE que o compõe também.
 
Enquanto Partido, o PSOL, e não só, age como cúmplice do Estado na criminalização de ativistas anarquistas e autonomistas, igualzinho agem como linha auxiliar do PT no combate à REDE,por exemplo (Partido que por mim se dane também).
A omissão, quando não a ação consciente e ativa de criminalização de “Black Blocs” e de todas as correntes que de alguma forma tangenciam a tática, é carro chefe do partido no trato à questão e a todas as forças políticas não alinhadas com seu projeto de eleger prefeitos em 2016 e deputados em 2018.
 
Aliás, o PSOL não fez NENHUM esforço para entender o fenômeno de Junho de 2013, a tática Black Bloc, nada. Se há isoladamente quem pense sobre isso no partido, esses pouco apitam na determinação de políticas da legenda, que continuadamente permanece como agente de criminalização aberta ou camuflada de “Black Blocs” (Pesquisem textos de Maringoni, Luciana Genro, Robaina, Declarações de Freixo e Jean).
 
E todas as leituras do PSOL sobre os movimentos recentes de rua, Black Blocs,etc são viciadas pelo controle dos movimentos e entendimento da transferência das novas percepções de luta para as urnas.
E o que não controla ou entende, o PSOL rifa.
 
Em resumo, o partido nunca tentou entender teoricamente, nem na prática, a existência de diversidade tática de organização e nas lutas e isso se reflete inclusive nas críticas cotidianas.
Aliás, a militância se esforça cobrando uma compreensão das diferentes tradições de lutas sem nem sequer uma vez manter uma relação recíproca nesse sentido.
 
O PSOL é omisso na defesa dos direitos civis e humanos de quem não participa de seu campo imediato de ação política, da mesma forma em que é omisso e tosco na análise de conjuntura envolvendo todas as mudanças nas lutas a partir da entrada no poder do PT e de todo o aparato burocrático que o envolve e que atua nas suas franjas (CUT,MST,etc).
Na dúvida, o PSOL se alinha com a burocracia petistas e das suas franjas, toda solidariedade à ela e às suas ações,inclusive as repressivas, nenhuma solidariedade a outros ativistas do campo da esquerda atingidos por essa repressão.
Procura o PSOL na luta dos indígenas e Quilombolas, na luta mesmo, e tu vai achar partes de grupos e nunca o partido em si.
Via de regra o PSOL nas lutas urbanas, indígenas, quilombolas e ambientais (eu incluiria na maioria das lutas) é um participante teórico e estético, pouco presente e muito omisso.
Na contramão dessa omissão é impressionante o esforço e a celeridade que o PSOL usa a máquina do Estado pra investigar espalhamento de boatos sobre seus parlamentares.
Na razão inversa que usa mandatos na defesa de quem sofre a perseguição do Estado por ser anarquista ou autonomista, dane-se se essa perseguição é sustentada por nada vezes nada, se a “investigação” que a embasa foi feita em cima de “depoimentos” de figuras como o “Coringa” ou se a investigação procura Bakunin até hoje.
 
Pra ser solidário com lutadores, culpabilizados de forma absolutamente calhorda e ilegal pela morte do Santiago, pelo PSOL inclusive, e a partir daí por uma suposta “organização para cometer crimes e possíveis atos terroristas” que encarcerou e mantém processo sobre 23 pessoas apenas por serem autonomistas e anarquistas, o PSOL não se move nem aciona o estado e seus mandatos para defendê-los.
 
Mas para se defender de boatos o PSOL aciona até o papa.
 
Então que o PSOL, os psolistas e os fãs clubes de Roseno, Freixo e outros omissos me desculpe: Fodam-se! Que chafurdem na hipocrisia.
 
Defensores de DH? Só do DH que podem utilizar de forma absolutamente instrumental. A favela não os vê, ativistas perseguidos pelo Estado também não.
 
A defesa de DH do PSOL se restringe aos direitos dos humanos que compõem seu campo de captação de votos.
 
Afinal o Estado tá aí pra “isolar os Black Block” quando o PSOL precisa. E desde quando tem DH pra Black Bloc?

Quem matou Santiago?

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Quem matou Santiago?

Por que a velocidade de tirar da reta de Cabral? Em que se pese a possibilidade de ter sido mais um ato equivocado de manifestantes, há a certeza disso para dizer que quem matou Santiago não foi Cabral?

A ação que provoca a reação então não tem culpabilidade nenhuma? A reação que atingiu Santiago foi promovida por manifestantes?

Há muitas perguntas e muitas respostas. Há sim de se fazer autocrítica dos métodos de resistência, mas não uma autocrítica enviesada pela sanha de buscar justificações à ação política recuada e temerosa do confronto.

A autocrítica do método não pode suprimir a reação em nome de uma lógica pseudo pacifista recuada ou de um entendimento que manifestação tenha de ser um imenso coro de “Caminhando e cantando e seguindo a canção”, muitas vezes estéril, domesticada e que não questiona por exemplo o silêncio de mídia e governos amigos com relação às mortes diretamente ou não causadas pela policia e pelo aparato repressor do estado, pelos jornalistas cegados ou quase isso pelas PMs, pelos ativistas mortos por ingestão de gás ou pelos ativistas ou não presos de forma irregular sendo um morador de rua condenado por portar, pasmem, pinho sol.

Quem matou Santiago?

O circo de violência policial aliado à resistência desorganizada mataram o jornalista atingido por um morteiro em circunstâncias que confundem mais que esclarecem e que contém elementos de profunda dúvida sobre quem, quando, onde foi acesso o morteiro e a quem interessava que ele fosse aceso.

A presença de advogados de milicianos e matérias em rede nacional baseadas em pouco mais que um conjunto de poucos fatos e muitas hipóteses do “amigo do primo do tio de um amigo meu me contou” torna toda a história muito confusa, quase uma cortina de fumaça para a construção do cadáver que faltava à criminalização dos atos contra a copa, contra os abusivos aumentos de passagem e criminalização dos os black bloc sob vergonhosas palmas de parte da esquerda que parece que também precisava de um cadáver que lhe permitisse o imobilismo adestrado costumeiro.

Quem matou Santiago?

A ausência da crítica à violência policial que causou direta ou indiretamente muitas mortes do lado dos manifestantes e sequelas diretas em inúmeros jornalistas preenche uma lacuna que deveria causar espanto em gente inteligente que vai com muita sede ao pote do oportunismo de aproveitar uma tragédia para tecer seus resmungos contra o movimento que ousa resistir à violência policial.

Dizer que Cabral, Dilma, Paes, Alckmin são inocentes da morte de Santiago é fingir não ver que cada morteiro é antecedido de bombas de gás, avanço violento de tropas de choque e uma política de intimidação cruel. E sabemos que o medo causa também raiva e nem sempre o temeroso se esconde.

Aos movimentos sociais e manifestantes cabe sim autocrítica e mais ainda, uma ação positiva de proteção a si mesmos a aos jornalistas, mesmo estes sendo muitas vezes veículos da criminalização dos movimentos. Cabe se perguntar até quando suas ações de proteção serão desorganizadas o suficiente para permitir infiltrações e atitudes irracionais que acabam por abrir um flanco para sua criminalização. É preciso repensar a resistência, suas armas, seus métodos, mas jamais suprimi-la.

É preciso que ampliemos a resistência, sem no entanto dar brechas à sua criminalização, e preciso repensar métodos e armas, é preciso repensar formas de agir, através do diálogo e não da condenação. É preciso um diálogo amplo e franco entre os atores, organizados ou não, do movimento e propor métodos mais pensados de ação e reação. É preciso inteligência e não recuo.

Quem matou Santiago?

Quem matou Santiago foi também quem o expôs a um trabalho com os riscos inerentes a ele sem a proteção devida, ainda mais depois dos episódios de violência policial contra jornalistas. Também forma as revistas, jornais e tvs que optaram por nada fazer diante do acelerado avanço do estado de exceção e que geraram a ampliação de uma ação policial violenta que até bomba de gás em hospital já fez.

Quem matou Santiago?

Não se sabe até o fim do inquérito, mas a violenta repressão às manifestações é cúmplice, assim como os governos que a incitam.

40 milhões que saem da miséria para a cova sob balas da PM

Curto e grosso, de um post meu no facebook:

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Com todo respeito aos amigos, irmãos mesmo, que ainda votam no PT com medo ou não, mas ,de boaça, é foda todo o blábláblá quando vemos ampliação do genocídio indígena levado a cabo, sim senhor, pelo governo desenvolvimentista que em tese deveria ser o governo voz dos movimentos sociais, ao contrário do PSDB e suas chacinas de sem terra.

É foda ver gente boa apoiando o governo tentando separar o voto em eleição do resultado deles enquanto temos um governo fossilista que atua sem medo de ampliar a emissão de carbono e o aquecimento global, este mesmo que fode as Ilhas mundo afora, arrasa as Filipinas, trucida de fome a África, inunda as comunidades do Himalaia, arrebenta com o fluxo de caça das comunidades do Ártico.

Não, o governo do PT não é culpado de todos os males do mundo, mas ele é cúmplice e você o endossa com seu voto. Tergiversar isso baseado em qualquer corrente teórica, reduzindo por culpa, omissão ou medo, ou sei lá o que mais, o peso do próprio voto na contabilidade que dá poder ao PT, ao PSDB ou à REDE de Marina Lara Rezende é deveras lamentável.

É legítimo seu apoio, parabéns por ele, talvez o bônus de tirar 40 milhões da miséria sem tirá-los da mira da polícia o causem calor no coração, talvez o bônus de termos emprego a mais estatisticamente que nunca tivemos sob o reinado tucano aqueça seu coração, talvez você até consiga ignorar que tudo isso ocorre com piora nos índices de saúde e educação que mais médicos ou mais professores não resolvem, talvez você consiga dormir de noite ignorando que sue governo se alie à Kátia Abreu, talvez, talvez.

Talvez não se note que os Amarildos e Douglas que sairam da miséria com o bolsa família não saíram da mira da polícia, não saíram da criminalização da pobreza, não saíram da lógica que os governos, aliados ou não do PT, tem com os pobres, quase todos pretos, quase pretos de tão pobres

Talvez se diga que o governo Dilma ainda tem algo a dar, e eu concordo, mas acredito que você só veja os índices econômicos, e eu vejo corpos, e vejo piora no meio ambiente, eu vejo sub-imperialismo fodendo o planeta, eu vejo reforço na mineração e exploração do petróleo predatória, Guaranis Kaiowas Mortos.

Eu vejo gente morta, todo o tempo e não, não é um filme.

Talvez você diga que é exagero, talvez você ache mesmo que não há relação, talvez, talvez, mas eu vou estar aqui te avisando que não cola.

Assuma seu ônus.

A verdade, o unilateralismo, a beleza, o índio, o negro e o black Bloc

images (1)Todo pensamento unilateral contém o inevitável autoritarismo. O entendimento de algo como uma verdade única, centrada em uma objetivação da realidade é automaticamente inibidor da diversidade e portanto da democracia.

Esta “ditadura” reflete-se na sociedade de muitas formas, desde a lógica do padrão de beleza unitário, que exclui gordas e negras do belo, até o entendimento da ideia de progresso como ligada intimamente ao aquecimento da economia, ao aumento de consumo, ao aumento e desenvolvimento das “forças produtivas”, como se fosse um ligar de uma locomotiva faminta e sem freios na direção do abismo.

201109070815340000004175Produzir significa acumular capital, conforme o pensamento hegemônico, produzir significa consumir matéria-prima e energia para que bens sejam construídos, consumidos em nome de um bem-estar intimamente ligado ao ter. Esta ideia de produção é o carro-chefe de uma ditadura de entendimento da realidade, de um pensamento único, que se vale da concepção que produzir, viver, ter, estar, morar são estados relacionados diretamente com a ideia de propriedade, com a ideia de economia com valoração de cada elemento ao redor do homem, inclusive ele, seja terra, ar, água, bichos, plantas, como se todos tivessem um preço, como se o valor de uso e troca fosse natural, nascesse com cada item da realidade ao redor do homem, líder máximo de uma lógica onde o homem é o centro do universo.

la-pensee-uniqueEsse entendimento é complementado com a recusa de percepção de qualquer outra forma de entender a realidade, de qualquer percepção cultural divergente, como passível de alguma “razão” ou sentido. A concepção de etnias indígenas da terra como parte de um organismo vivo, como elemento fulcral da existência deles para além da economia, da produção, do valor continente no uso da terra, vira anátema, pois bate de frente com a lógica, o pensamento único em torno do qual se ergue a economia e a lógica de vida ocidental, cristã, branca.

Outro aspecto da ditadura do pensamento único é a ótica do que é bom ou não para segmentos inteiros da população. Pobre morar na favela? Não pode e jamais passa na cabeça das pessoas a possibilidade urbanizar a favela, de que favela seja cidade. Greve? Atrapalha o trânsito. Proibir carro no centro das cidades? Atrapalha o direito individual da posse do automóvel, dane-se se o transporte coletivo permanece secundarizado em nome do individualismo egoísta, consumidor de combustíveis fósseis que aceleram os efeitos do aquecimento global. Lutar pelo fim dos combustíveis fósseis? Maluquice, a economia EXIGE crescimento e isso EXIGE energia, EXIGE, o conforto individual, a matriz energética em uso é o petróleo e não se fala mais nisso, energia renovável e alternativa são caras demais!

20090207_non.pensamento.unico.grandeE palavra em torno de muitas destas questões é “custo”, é a centralidade do “custo”, do aspecto monetário sobre todo e qualquer entendimento relativo à lógica do bem viver como mudança dos paradigmas de civilização, para além da precificação da vida, das pessoas, das cidades, da terra, das matas, do existir. O “custo” das coisas é central, o “custo” das coisas é o eixo em torno do qual giram a lógica que prioriza, hierarquiza o que deve ou não ter a economia direcionada para realizá-lo, ou seja, o que é prioritário para a população e sociedade é decidido em torno de “custo”.

E quem decide? Como se dá o processo “democrático” de decisão? Há democracia? Se chega ao todo todas as informações, todos os meios de decidir, o que está em jogo?

imagesPoderíamos elencar também problemas relacionados ao processo de veto à homossexualidade, de repressão à orientações sexuais diversas, à transsexualidade, à ideia do papel da mulher, à lógica de respeito à diversidade étnica, ao racismo, ao racismo ambiental e tantos outros efeitos da ditadura do pensamento único, que parte de uma hegemonia cultural elitista e chega aos jornais e Tvs e é reproduzida, naturalizada, tornada como um elemento dado da vida cotidiana, imutável, asfixiante.

E todo pensamento contra hegemônico é crime, é criminalizado.

Todo método contra hegemônico é crime, é afastamento do povo das lutas, é afastamento da regra, da lei, do bom comportamento, dos bons modos, do bom senso.

E é por isso que toda criminalização dos Black Bloc tem um pouco de navio negreiro.

Junho gritou, junho avisou, outubro repete, mas quem ouve?

downloadOs Black Bloc, o “Vandalismo”, a proteção a uma lógica de que a ação violenta “afasta” manifestantes, o medo de passar da linha que divide o bom moço que é palatável pro voto da vovó Donalda e o cara que apanha da polícia e a enfrenta, tudo isso reaparece a cada ação da política e da polícia que exigem irmos além do ramerrame intelectualóide e “tático” que permeia o mundo da esquerda, que ainda conservadora, tem medo do planeta, porque o planeta tira votos.

A Esquerda ai se arvora de Super Nanny dos “rebeldes e irrefletidos ativistas quebradores”, tratando quem tá na rua como mulas que precisam do genial guia dos povos. A esquerda se coloca como defensora de uma lei que a Polícia não anda seguindo ou respeitando na hora de jogar bomba de gás.

untitled-3A lógica do PSTU, infelizmente, reaparece em textos cuja leitura limitada da relação entre as pessoas, o povo, e os BB, é uma leitura inclusive mais próxima da leitura classe médianovista do que do povo, povo mesmo. Ao tomarem pra si a lógica de que os Black Bloc tornam-se barreira à chegada de mais gente nos movimentos e manifestações, ao fomento da atividade política das masses, muitos analistas são como o jornalista que briga com a imagem ao escolher interpretar quem quebra banco como “vândalo” e não como resistente à polícia e à política que quebra gentes, trabalhadores, etc. Não há diferença ai entre o militante da Esquerda com medo e o jornalista que chama de confronto o massacre que as polícias fazem dos trabalhadores.

Primeiro porque o povo quebra, e quebra mesmo, as estações de trem do Rio quando sofrem as contínuas paradas da Supervia são quebradas, nas ruas o que se houve é que se entende o emputecimento que leva à depredação de bancos e vidraças, pontos de ônibus em um estado de coisas onde as pessoas são tratadas como gado. E o quebra-quebra não é exatamente um elemento novo na história dos cansaços e manifestações da população carioca e Brasileira. As estações de trem e barcas que os digam.

download (1)Os professores por exemplo, abraçaram os BB, os entenderam, e primeiro, entenderam que os Black Bloc não são e nunca foram exatamente os mesmos que depredam, sendo muito exatamente quem fica na frente do batalhão de choque quando este avança, pro resto da massa poder se proteger. E isso é historicamente sabido e comprovado, é repetido ad infinitum, mas se opta por cair, mesmo pessoas das mais preparadas, no senso comum que envolve os analistas dos adeptos da tática.

imagesE quando se chama os Black Bloc de vanguarda, o que se mostra é uma leitura formatada pro esquemas rígidos imutáveis para uma esquerda teoricamente reduzida a igrejas teóricas cegas, surdas, mudas e meio mancas. Até visualmente os BB são retaguarda, até na tática militar os BB são retaguarda. Essa lógica de são uma vanguarda e de que existe uma vanguarda que pensa como tática política para o assalto ao poder uma tática de resistência EM manifestações, revela um problema analítico grave, porque não situaliza a questão, não organiza a análise em torno do objeto específico dela, mas generaliza a partir de uma espécie de sobrevoo universalista.

images (2)Diante disso a brecha para a criminalização, se não legal ao menos política, é dez merréis pra ter. E exatamente porque coloca os BB e toda ação direta como uma barreira à organização popular. É? Vamos mesmo cometer o mesmo erro da esquerda francesa diante dos quebradores de carros dos subúrbios do país que reagiam à violência popular e tomaram o ato como tática de resistência?

images (1)Vamos ignorar os alvos das depredações? Que quando raramente fogem de Bancos e revendedoras de automóveis são abrigos de pontos de ônibus e automóveis, símbolos gritantes do capitalismo e da cultura de consumo que atinge a população no acirramento do desejo, mas jamais os permite passear no céu da obtenção de bens supérfluos que Bancos e Indústria automotiva esfregam nas suas fuças?

E será mesmo que a gente precisa relembrar os companheiros que foi exatamente após confrontos entre políticas e “vândalos” que a luta acirrou? que um milhão forma às ruas? Que até os mesmos profissionais de educação citados no texto gritaram ontem “Black Bloc é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”?

Junho ensinou mais, muito mais, aprender deveria ter sido um dever.